Esclerose Múltipla e Canabis Medicinal

Embora essa doença tenha sido considerada primariamente um distúrbio inflamatório, a importância dos eventos neurodegenerativos também foi revelada. Abriu a possibilidade de que os canabinóides, devido às suas propriedades citoprotetoras, possam ser úteis na redução da morte de oligodendrócitos e possam funcionar para minimizar os danos axonais durante a progressão desta doença.

Endocanabinóides têm propriedades imunossupressoras e anti-inflamatórias. Além disso, eles promovem a progressão das células T do sistema imunológico para seu fenótipo TH2, o que ajuda a reduzir a quantidade de destruição imune nos pacientes afetados [1].

Um estudo realizado na Universidade de Catania, Itália, analisou dados de 1.534 pacientes, de diferentes centros dedicados ao tratamento da esclerose múltipla. A investigação concluiu que, após o primeiro mês de tratamento com cannabis medicinal, administrado em spray, 61,9% dos pacientes sentiram uma diminuição nos sintomas como cãibras ou espasmos noturnos, entre outros [2].

Outro lado desta doença desenvolve-se após o diagnóstico original. O declínio cognitivo e o estado de alerta alterado podem ser uma consequência dos fortes antidepressivos e antiespasmódicos que são usados ​​como tratamento para os sintomas da esclerose múltipla.

De acordo com o Consortium of Multiple Sclerosis Centers (CMSC) e seu estudo, Medicina Complementar e Alternativa: terapias controversas e não convencionais, o impacto nas capacidades cognitivas da cannabis medicinal é notoriamente menor que o uso de qualquer outra terapia convencional. Nesse sentido, estão surgindo relatos sobre melhora sintomática de rigidez, espasmos musculares, dor neuropática, distensão do sono e da bexiga em pacientes com esclerose múltipla que estão tratando sua doença com canabinóides [3].